sábado, 27 de fevereiro de 2021

 

Estudo revela que aquecimento global começou há 180 anos

O aquecimento global começou há 180 anos, muito antes do que se achava até agora, e tudo isso devido ao impacto da revolução industrial no clima, segundo um estudo internacional publicado pela revista científica “Nature”.

Antes da revolução industrial, a quantidade de gases do efeito estufa (como o CO2) se encontravam na atmosfera em uma proporção comparativamente baixa.

Segundo o estudo, a partir de 1830, coincidindo com os primeiros passos da revolução industrial na Europa Ocidental, começou a ser notado um aumento das temperaturas, primeiro no Ártico e nas zonas tropicais dos oceanos, e posteriormente na Europa, Ásia e América do Norte.

Cinquenta anos mais tarde começou a ser evidente o início da mudança climática em grande parte do hemisfério sul, segundo a equipe científica, que atribui estas diferenças temporárias às correntes marinhas.

A principal contribuição deste estudo é a inclusão de grande quantidade de registros do “arquivo natural do clima” do hemisfério sul e sua comparação temporal com os do norte.

Os cientistas extraem, além disso, duas consequências dessa descoberta: a confirmação pelas mãos do homem por trás da mudança climática e a necessidade de revisar os prognósticos sobre o aquecimento global para as próximas décadas levando em conta que não é um fenômeno iniciado no século XX, mas no XIX.

Fonte: Agência EFE, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021


EFEITO ESTUFA
 



O efeito estufa é um fenômeno natural ocasionado pela concentração de gases na atmosfera, os quais formam uma camada que permite a passagem dos raios solares e a absorção de calor.

Esse processo é responsável por manter a Terra em uma temperatura adequada, garantido o calor necessário. Sem ele, certamente nosso planeta seria muito frio e a sobrevivência dos seres vivos seria afetada.

Como ocorre o efeito estufa

Quando os raios solares atingem a superfície terrestre, devido a camada de gases de efeito estufa, em torno de 50% deles ficam retidos na atmosfera. A outra parte, atinge a superfície terrestre, aquecendo-a e irradiando calor.

Os gases de efeito estufa podem ser comparados a isolantes, pois absorvem parte da energia irradiada pela Terra.

O que acontece é que nas últimas décadas a liberação de gases de efeito estufa, em virtude de atividades humanas, aumentou consideravelmente.

Com esse acúmulo de gases, mais quantidade de calor está sendo retida na atmosfera, resultando no aumento de temperatura. Essa situação dá origem ao aquecimento global.

Efeito Estufa
Desenho de como ocorre o efeito estufa

Para termos uma ideia, o efeito estufa pode ser comparado ao que ocorre no interior de um veículo estacionado, com os vidros fechados e recebendo diretamente a luz solar. Apesar do vidro permitir a passagem da luz solar, ele impede a saída do calor, aumentando a temperatura em seu interior.

Gases de Efeito Estufa

Gases de efeito estufa
Gases de efeito estufa

Os principais gases de efeito estufa são:

  • Vapor de água (H2O): encontrado em suspensão na atmosfera.
  • Monóxido de Carbono (CO): gás incolor, inflamável, inodoro, tóxico, produzido pela queima em condições de pouco oxigênio e pela alta temperatura do carvão ou outros materiais ricos em carbono, como os derivados do petróleo.
  • Dióxido de Carbono (CO2): expelido pela queima de combustíveis utilizados em veículos automotores à base de petróleo e gás, da queima de carvão mineral nas indústrias, e da queima das florestas.
  • Clorofluorcarbonos (CFC): composto formado por carbono, cloro e flúor, proveniente dos aerossóis e do sistema de refrigeração.
  • Óxido de Nitrogênio (NxOx): conjunto de compostos formados pela combinação de oxigênio com o nitrogênio. É usado em motores de combustão interna, fornos, estufas, caldeiras, incineradores, pela indústria química e pela indústria de explosivos.
  • Dióxido de Enxofre (SO2): é um gás denso, incolor, não inflamável, altamente tóxico, formado por oxigênio e enxofre. É usado na indústria, principalmente na produção de ácido sulfúrico e também é expelido pelos vulcões.
  • Metano(CH4): gás incolor, inodoro e se inalado é tóxico. É expelido pelo gado, ou seja, na digestão dos animais herbívoros, decomposição de lixo orgânico, extração de combustíveis, dentre outros.

Causas do efeito estufa

Como vimos, o efeito estufa é um fenômeno natural, mas é intensificado devido à crescente queima dos combustíveis fósseis que representam a base da industrialização e de muitas atividades humanas.

As queimadas nas florestas para transformar suas áreas em plantação, criação de gado e pastagens, também colaboram para o aumento do efeito estufa.

Efeito estufa X Aquecimento global

A consequência da intensificação do efeito estufa na atmosfera é o aquecimento global.

Segundo pesquisas cientificas, a temperatura média da Terra, nos últimos cem anos, sofreu uma elevação de cerca 0,5ºC. Se a atual taxa de poluição atmosférica seguir na mesma proporção, estima-se que entre os anos de 2025 e 2050, a temperatura apresentará um aumento de 2,5 a 5ºC.

As consequências do efeito estufa serão as seguintes:

  • Derretimento de grandes massas de gelo das regiões polares, ocasionando o aumento do nível do mar. Isso poderá levar a submersão de cidades litorâneas, forçando a migração de pessoas.
  • Aumento de casos de desastres naturais como inundações, tempestades e furações.
  • Extinção de espécies.
  • Desertificação de áreas naturais.
  • Episódios mais frequentes de secas.
  • As mudanças climáticas podem ainda afetar a produção de alimentos, pois muitas áreas produtivas podem ser afetadas.

Outro problema associado à presença de gases poluentes na atmosfera é a chuva ácida. Ela resulta da quantidade exagerada de produtos da queima de combustíveis fósseis liberados na atmosfera, em consequência das atividades humanas.

Conheça mais sobre as relações e diferenças entre o Efeito Estufa e Aquecimento Global.

Como evitar o efeito estufa

Para alertar sobre a situação do efeito estufa e do aquecimento global, diversos países, entre eles o Brasil, assinaram o Protocolo de Kyoto, em 1997.

Antes disso, foi assinado em 1987 o Protocolo de Montreal. O intuito principal é a redução da emissão de produtos que causam danos à camada de ozônio.

 Algumas dicas de ações individuais e coletivas também contribuem para redução do efeito estufa, são elas:

  • Realizar pequenos trajetos a pé ou de bicicleta;
  • Dar preferência ao transporte coletivo;
  • Utilizar produtos recicláveis;
  • Economizar energia elétrica;
  • Realizar coleta seletiva;
  • Reduzir o consumo de carne bovina e suína;
  • Fazer compostagem do material orgânico.
FONTE:https://www.todamateria.com.br/efeito-estufa/

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

ECOLOGIA

PORQUE ESTUDAR?


O estudo de temas da sustentabilidade: a conservação do meio ambiente e as consequências do uso abusivo dos recursos ambientais disponíveis. Conhecer as principais políticas ambientais de conservação e os ambientes que elas visam proteger também é fundamental é fundamental. vejam alguns conceitos muito utilizados em ecologia 

Biodiversidade

Estudos estimam que 8,7 milhões de diferentes espécies vivas habitam o planeta. A biodiversidade abrange toda esta variedade de flora, fauna e micro-organismos.

Desenvolvimento sustentável
Entenda este conceito de desenvolvimento que procura atender as necessidades do presente, sem comprometer o futuro.

Ecossistema e Bioma
Apesar de se confundirem (e se complementarem), esses conceitos fundamentais de ecologia são distintos. Entenda.

Espécie e Espécime
O primeiro é um conceito controverso. O segundo as vezes é confundido com o primeiro. Aqui tentamos esclarecer tudo.

Serviços Ambientais
Alimentos, matéria-prima para a geração de energia, para medicamentos, água limpa, ar puro: todos são serviços ambientais.

Aquífero
Entenda a importância desses reservatórios subterrâneos de água doce, verdadeiras caixa d’águas do planeta.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

 Por dentro das Notícias

MEIO AMBIENTE

Destruição da natureza pelos humanos é suicida, alerta ONU

Relatório das Nações Unidas afirma que a humanidade e a ambição pelo crescimento econômico estão tornando a Terra um lugar inabitável, e exorta governos e empresas do mundo a agirem antes que seja tarde.

"Sem a ajuda da natureza, não vamos prosperar, ou mesmo sobreviver", afirmou o secretário-geral da ONU

Através das mudanças climáticas, da perda da biodiversidade e da poluição, os humanos estão destruindo a Terra e tornando-a um planeta cada vez mais inabitável, afirma um relatório das Nações Unidas divulgado nesta quinta-feira (18/02).

Para reverter esse caminho trágico, o mundo precisa implementar mudanças urgentes e dramáticas na sociedade, na economia e na vida diária das pessoas, acrescenta o texto.

Diferente de relatórios anteriores da ONU, que costumam focar num problema e evitam orientar os governos sobre quais ações devem ser tomadas, o novo documento reúne três crises ambientais – o clima, a biodiversidade e a poluição – para dizer aos governos, empresas e pessoas ao redor do mundo o que precisa mudar, antes que seja tarde demais.

O texto pede, por exemplo, mudanças no que o governo tributa, em como as nações valorizam a produção econômica, em como a energia é gerada, em como a agricultura e a pecuária são geridas, na maneira como as pessoas se locomovem e no que elas comem.

"Sem a ajuda da natureza, não vamos prosperar, ou mesmo sobreviver", afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres. "Por muito tempo, temos travado uma guerra sem sentido e suicida contra a natureza. O resultado são três crises ambientais interligadas: perturbações climáticas, perda de biodiversidade e poluição ameaçam a nossa viabilidade como espécie."

O título do relatório de 168 páginas, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), é direto: "Fazendo as pazes com a natureza: um plano científico para enfrentar as emergências do clima, da biodiversidade e da poluição."

"Riscos inaceitáveis" para gerações futuras

Baseado em conclusões de outras grandes análises sobre clima e biodiversidade elaboradas por painéis internacionais de especialistas, o texto afirma que uma transição rápida para energia renovável e a eliminação da perda de habitat são essenciais para prevenir "riscos inaceitáveis" para gerações futuras.

"Nossos filhos e netos herdarão um mundo de eventos climáticos extremos, aumento do nível do mar, perda drástica de plantas e animais, insegurança alimentar e hídrica e aumento da probabilidade de futuras pandemias", alertou o cientista britânico Robert Watson, principal autor do relatório.

A emergência que aflige o mundo hoje é "de fato mais profunda do que pensávamos poucos anos atrás", disse Watson, um químico premiado que já liderou outros relatórios científicos da ONU sobre mudanças climáticas e perda de biodiversidade.

Os problemas do planeta estão tão interligados que devem ser trabalhados juntos para que sejam resolvidos da maneira certa, destacam as Nações Unidas. E muitas das soluções podem combater múltiplos problemas, incluindo as mudanças climáticas e a poluição.

Segundo o relatório, uma dessas soluções seria a eliminação do uso de combustíveis fósseis. Além de pedir o fim do uso, o texto também defende que sejam anulados os 5 trilhões de dólares em subsídios que empresas de combustíveis fósseis recebem todos os anos de governos do mundo.


"Estatísticas assustadoras"

O documento reúne uma série de "estatísticas assustadoras": cerca de 9 milhões de pessoas morrem todos os anos em decorrência da poluição; cerca de 1 milhão das 8 milhões de espécies de plantas e animais estão ameaçadas de extinção; até 400 milhões de toneladas de metais pesados, lama tóxica e outros resíduos industriais são despejados nas águas do mundo todos os anos.

O texto alerta também que a Terra está a caminho de um aquecimento adicional de 3,5 graus Celsius em relação aos níveis de agora, muito acima da meta estabelecida internacionalmente no Acordo de Paris sobre o clima.

"No final, isso vai nos atingir", afirmou o biólogo Thomas Lovejoy, que foi assessor científico do relatório. "Não se trata do que vai acontecer com os elefantes. Ou o que vai acontecer com o clima ou com o nível do mar. Tudo vai nos impactar."

Com duas grandes cúpulas da ONU sobre mudança climática e perda de biodiversidade marcadas para ocorrer em 2021, os autores do texto pedem decisões robustas dos governos, afirmando que respostas "fragmentadas e descoordenadas" ficam muito aquém do que o planeta precisa.

"Embora eu aplauda todos os países do mundo que decidiram zerar as emissões líquidas de carbono até 2030, a verdadeira questão é o que os países farão até 2030", afirma o autor principal, Watson. "É realmente necessária ação a curto prazo, não apenas metas ambiciosas para meados do século."

Fonte: 

DW Brasil - Notícias e analise do Brasil e do mundo

19/02/2021


domingo, 21 de fevereiro de 2021

EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS

BIOGRAFIA

Charles Robert Darwin nasceu em Shewsbury, na Inglaterra, em 12 de Fevereiro de 1809. Naturalista, Biólogo e Geólogo, Darwin é famoso por ter escrito a Origem das Espécies, o polêmico livro que abalou o mundo e mudou a visão que a Humanidade tinha de si mesma, apresentando a Teoria da Evolução, que ele elaborou juntamente com outro brilhante cientista, Alfred Wallace.

A Teoria da Evolução mudou praticamente tudo o que a Humanidade acreditava sobre ela mesma, ao afirmar que todos os seres vivos descendiam de um único ancestral primitivo,  e que as espécies que existem atualmente seriam resultado de um longo processo de seleção natural.

A Infância e a adolescência de Darwin

Charles Darwin era o quinto dos seis filhos de Robert, um médico e investidor, e Suzannah Darwin. Era neto por parte de pai do cientista e militante da abolição da escravatura Erasmus Darwin e por parte de mãe, de Josia Wedgwood, que fundou uma das fábricas de porcelana inglesa mais famosas do mundo, a Wedgwood, que existe até hoje.

Darwin demonstrou interesse pela ciência desde cedo, especialmente em história natural, e tentou seguir a carreira de seu pai. Junto de seu irmão, Erasmus,  entrou no curso de medicina da Universidade de Edimburgo, na Escócia, considerado o melhor do Reino Unido na época.

Mas, nauseado com as práticas cirúrgicas da época, Darwin não se animou em seguir carreira como médico. Entretanto, adquiriu gosto e conhecimento pela taxidermia, em aulas que teve com John Edmonstone, um homem negro nascido na Guiana, ex-escravo, que havia se tornado professor universitário, e cujas descrições sobre a as florestas tropicais da América do Sul certamente inspiraram Darwin para a viagem do Beagle.

Foi também em Edimburgo que Darwin se juntou à Sociedade Pliniana, um grupo com ideias consideradas radicais para época, sendo todos democratas livres-pensadores, que tinham entre suas bandeiras que a ciência fosse baseada no estudo de fenômenos físicos, não sobrenaturais.

Sendo um grande médico, o pai de Darwin obviamente não gostou da maneira que o jovem Charles negligenciou o estudo da medicina, e ironicamente, para quem tinha se entusiasmado com os debates dos plinianos, o mandou para o Christs College em Cambridge, para que se tornasse um clérigo. Foi em Cambridge que Darwin se encantou com várias obras teológicas que falavam sobre o design divino, e também estudou Geologia.

A Viagem no Beagle


O HMS Beagle partiu da Inglaterra em 24 de outubro de 1831, e foi como geólogo que Charles Darwin embarcou na viagem de 5 anos que deveria catalogar as costas da África, Oceania e América do Sul, inclusive o Brasil. O diário dessa viagem serviu de base para suas conclusões, que publicaria 28 anos depois, A Origem das Espécies.

Na sua passagem pelo Brasil, Darwin se encantou com a beleza natural e a diversidade de espécies, mas a se chocou com a escravidão.

A Teoria da Evolução

Darwin não embarcou para buscar dados que comprovassem a evolução, porque ele não era a entusiasta dessa teoria na época, apesar de conhecer o trabalho do Francês Jean Baptiste Lamarck e sua Lei do uso e desuso.

Na viagem, Darwin estudou animais vivos e coletou fosseis, percebendo que alguns animais que não existiam mais tinham muitas semelhanças com os atuais. E estudando tartarugas de diferentes ilhas do arquipélago das Galápagos, percebeu que cada ilha tinha tartarugas que se diferenciavam entre si no formato de seus cascos e pescoços, indicando que elas poderiam ser ramos evolutivos diferentes de um ancestral comum.

Seleção Natural

A Teoria da Seleção Natural afirmava que as espécies iam se modificando lentamente ao longo do tempo, e que se essas modificações as tornassem mais aptas a viver em um determinado ambiente, elas sobreviveriam. Mas se o contrário ocorresse, e uma mutação as tornasse menos aptas à sobrevivência, elas seriam extintas.

Alfred Wallace e Darwin


Darwin sabia que uma teoria como a sua causaria polêmica, por isso trabalhou mais de 20 anos de maneira discreta antes de lançá-la. Mas ao receber em 1858 um ensaio científico do naturalista Alfred Wallace com uma teoria idêntica à sua, resultado de um trabalho paralelo, Darwin propôs a ele uma publicação em conjunto, que Wallace aceitou.

On the Tendency of Species to form Varieties; and on the Perpetuation of Varieties and Species by Natural Means of Selection – Sobre a tendência das espécies de formar variedades; e sobre a perpetuação das variedades e espécies através de meios naturais de seleção foi o título da apresentação dos dois artigos científicos, de Darwin e Wallace, à Sociedade Linneana de Londres, em 1 de Julho de 1858.

Estava lançada a teoria científica que faria a Humanidade enxergar a si mesma de outra maneira. Mas apesar de Alfred Wallace ter também muito mérito científico, ele é praticamente desconhecido do grande público, porque foi Darwin que tornou a Teoria da Evolução mundialmente conhecida, ao publicar A Origem das Espécies.

A Origem das Espécies

A Origem das Espécies foi publicado pela primeira vez em 24 de novembro de 1859.


Como se pode imaginar, se até hoje, mais de 160 anos depois, apesar de ser a teoria aceita como válida para explicar como as espécies surgiram e se desenvolveram, e porque algumas desapareceram, ainda se tenta polemizar sobre ela, quando foi apresentada ela causou um escândalo.

Embora a ideia da evolução não fosse totalmente estranha aos cientistas, que já tinham tido contato com a ideia, o que era considerado como válido no meio científico era que as espécies não somente não sofriam mutações, como eram produtos de um design inteligente, ou Divino.

Darwin foi um cientista Pop, mas não exatamente popular

Charles Darwin se tornou famoso, inclusive muito mais famoso que Alfred Wallace, que apresentou a Teoria da Evolução em parceria com ele, porque A Origem das Espécies era um livro ao alcance do leitor comum. E se por um lado isso ajudou a disseminar a informação, pelo outro colocou Darwin no centro de uma enorme polêmica, e divulgou muita informação distorcida, pela qual Darwin foi muito atacado. Mas também, defendido.

As Polêmicas em torno de Darwin

Darwin jamais foi submetido a um julgamento propriamente dito, mas a polêmica envolvendo cientistas e teólogos, que na época estudavam a natureza e buscavam as provas da existência de Deus na beleza da natureza, o colocaram literalmente na berlinda, no meio de uma polarização entre religião e ciência.

Cientistas influentes na época, como os geólogos Adam Sedgewick e o John Heslow, que haviam sido tutores de Darwin, e eram ligados à Igreja Anglicana, rechaçaram completamente a Teoria da Evolução. Mas clérigos liberais dessa mesma igreja, como Charles Kingsley, a defenderam como apenas como um conceito nobre da concepção da Deidade. Para eles, a Teoria da Evolução não se opunha à existência de Deus.

A mais famosa confrontação entre os opositores e defensores de Darwin e da Teoria da Evolução ocorreu durante um encontro da Associação Britânica Para o Avanço da Ciência em 1860, que ficou conhecida como O Debate Evolutivo em Oxford.

Nesse célebre debate, que se assemelhou a um julgamento, dada a paixão com que cada lado defendia seu ponto de vista, o bispo de Oxford, Samuel Wilberforce, um dos maiores oradores de sua época, não se opôs diretamente à ideia de que as espécies poderiam se transmutar em outras, mas refutava que a espécie humana pudesse descender de primatas.

Darwin foi defendido nesse debate por cientistas como Joseph Hooker e Thomas Huxley, que defendeu as ideias de Darwin das habilidades argumentativas de Wilberforce com a seguinte frase: Prefiro ser descendente de um primata que de um homem que usa eloquência para destruir a verdade.

Ideias erradas a respeito de Charles Darwin e da Teoria da Evolução

Passados mais de 160 anos do lançamento de A Origem das Espécies, A Teoria da Evolução de Darwin continua a sendo considerada válida e correta para explicar de onde vieram todas as formas de vida existentes atualmente no Planeta Terra, inclusive a raça humana. Mas apesar disso, muitas interpretações equivocadas a respeito da evolução ainda continuam sendo repetidas, sendo as mais famosas.

O Homem descende do Macaco

Darwin jamais disse isso.  O que ele afirmou é que todos os primatas, incluindo o Homem, têm um ancestral comum.

O mais forte sobrevive

Essa frase jamais foi dita por Charles Darwin. A frase original em Inglês é Survival of the fittest, sobrevivência do mais adaptado, o que não quer dizer necessariamente força, mas uma maior possibilidade de uma espécie se reproduzir e se alimentar em um determinado ambiente.

Charles Darwin e a religião

A Teoria da Evolução acabou sendo discutida também do ponto de vista teológico, mas nunca foi o objetivo de Darwin fazer uma discussão religiosa. Estudiosos de sua vida afirmam que ele sempre se afastou de pessoas que tentaram fazer de suas ideias uma bandeira de confronto com a Igreja Anglicana.

Ele entendia que a maneira que cada pessoa deveria lidar com a fé e a ciência era uma reflexão individual e íntima de cada pessoa, e não pretendia interferir com a decisão de outras pessoas em relação a isso.

O legado de Charles Darwin para a Ciência

Mesmo não sendo um livro para cientistas, seu conteúdo é acessível a qualquer pessoa, A Origem das Espécies continua sendo o livro sobre ciência mais influente de todos os tempos, e vale a pena ser lido e relido, sendo o grande legado de Darwin para a ciência e a Humanidade.

FONTE https://blog.saraiva.com.br/charles-darwin/

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

 BIOGRAFIA

Jean-Baptiste de Lamarck foi um naturalista francês responsável pelas primeiras teorias sobre a evolução dos seres vivos.

Lamarck nasceu no dia 1 de agosto de 1744 na cidade de Bazentin, na França. Ele faleceu em 28 de dezembro de 1829, sem o reconhecimento de suas ideias

Lamarck

Entre as suas ideias evolucionistas, Lamarck considerava que a evolução dos seres vivos ocorria em decorrência das pressões do ambiente.

Segundo ele, os organismos reagiam às mudanças do ambiente e as modificações originadas eram transmitidas aos descendentes.

Lamarck baseou sua teoria para a evolução dos seres vivos, a partir da seguinte afirmação:

"A natureza, ao produzir sucessivamente todas as espécies de animais, e começando pelo menos perfeito e mais simples, acaba o seu trabalho com o mais perfeito, gradualmente, aumentando a sua complexidade".

Biografia

Lamarck é o último de onze filhos. Apesar de nascido em uma família de militares, seus pais optaram por encaminhá-lo ao sacerdócio.

Assim, frequentou a escola jesuíta até 1759. Com a morte de seu pai e sem a vocação religiosa, decidiu seguir a carreira militar.

Em 1761, Lamarck iniciou a carreira militar, como Cavaleiro de St. Martin. Ele participou da Guerra dos Setes Anos e de várias operações nas fronteiras da França, momento em que despertou seu interesse pela botânica.

Em 1768, abandonou o exército por contrair escrófula, um tipo de infecção nos gânglios linfáticos na região submandibular e cervical. No caso de Lamarck, a infecção acometeu a região do pescoço.

Após abandonar o exército, mudou-se para Paris, onde vivia com uma modesta pensão de herança paterna. Começou a trabalhar como bancário e iniciou os seus estudos sobre medicina e botânica.

Em 1778, publicou o livro “Flora Francesa”, uma obra composta por três volumes em que descreve sobre as espécies de plantas da França. Com esse livro, Lamarck ganhou grande notoriedade.

Devido ao prestígio alcançado com o seu livro, Lamarck assumiu o posto de assistente na área de Botânica da Academia Francesa de Ciências.

Nesse posto, Lamarck alcançou posições mais altas, foi professor, realizou viagens por várias instituições de pesquisas na Europa e recebeu aumentos salariais.

Após trabalhar vários anos na área da Botânica, em 1793, Lamarck é convidado para assumir o cargo de professor de zoologia, no Museu Nacional de História Natural.

Em 1802, publica o livro “Investigações sobre a Organização dos Seres Vivos”.

Em 1809, publica o livro “Filosofia Zoológica”, no qual apresenta suas teorias sobre a evolução.

Lamarck fundamentou sua teoria através de duas leis:

  • Lei do Uso e Desuso
  • Lei dos Caracteres Adquiridos

As suas teorias ficaram conhecidas como Lamarckismo.

Em 1815, Lamarck publicou o livro “História Natural dos Animais Invertebrados”, no qual apresentou as características gerais dos invertebrados.

Lamarck foi o responsável por introduzir o termo “invertebrados”. Ele também foi o primeiro a separar os grupos CrustaceaArachnida Annelida de Insecta. Antes de Lamarck, todos eram reconhecidos como insetos.

Nos anos finais de sua vida, Lamarck ficou completamente cego, impossibilitando a escrita.

Após ser viúvo por três vezes e ser pai de oito filhos, Lamarck passou a viver com uma das filhas e morreu em 28 de dezembro de 1829, em Paris, sem prestígio e pobre.

As teorias evolucionistas de Lamarck não causaram grande impacto na comunidade científica da época. Somente após a sua morte, alguns cientistas como Charles Darwin, reconheceram a importância das teorias de Lamarck.

Charles Darwin na terceira edição de “A Origem das Espécies”, afirmou que Lamarck contribuiu para a divulgação do conceito de evolução.