Biografia de Darwin
Darwin nasceu numa família abastada, tradicional e religiosa, e era filho de Robert Waring Darwin (1766-1848) e de Susannah Wedgwood (1765-1817). Teve três irmãs e um irmão. Sua mãe faleceu quando ele estava com apenas oito anos de idade. Desde pequeno mostrou-se interessado pela natureza e por todos os fenômenos que nela ocorriam. Sempre foi um grande colecionador, e, durante a infância, aprendeu a pescar e caçar.
Formação
Quando jovem, aos 16 anos, Darwin iniciou o curso de Medicina, seguindo uma tradição de família. Entretanto, durante as aulas, em especial naquelas em que deveria realizar uma operação sem anestesia, ele descobriu que não era aquilo que havia sonhado para sua vida, e abandonou o curso. Apesar disso, nessa época, ele pôde conhecer algumas pessoas importantes para o seu crescimento profissional.
Após abandonar o curso, Darwin foi enviado, pelo seu pai, para a Universidade de Cambridge, a fim de cursar bacharelado em Artes e tornar-se clérigo da Igreja anglicana. Nesse momento ele conheceu John Stevens Henslow, um naturalista dedicado à botânica. Esse pesquisador foi importante na vida de Darwin, pois foi quem o indicou para participar da tripulação do HMS (Her Majesty Ship) Beagle, um navio que faria uma grande viagem passando por várias regiões do mundo.
Darwin embarcou no Beagle em 27 de dezembro de 1831, e, durante cinco anos, coletou e observou diversas formas de vida ao redor do mundo, compreendendo melhor as mudanças ocorridas nas espécies. O naturalista também coletou fósseis e fez observações geológicas que o permitiram observar a suposta evolução que as espécies teriam sofrido no decorrer do tempo.
Um dos pontos importantes dessa viagem foi a parada nas ilhas Galápagos. Darwin percebeu que cada ilha possuía um grupo de pássaros endêmico e que, provavelmente, essa especificidade apresentava relação com as características do meio onde eles viviam. Tal análise foi importante para entender o processo de seleção natural por ele proposto posteriormente.
Casamento
Darwin casou-se, em 1839, com Emma Wedgwood, sua prima de primeiro grau, com a qual teve 10 filhos. Dos 10 filhos, três morreram ainda na infância, sendo a morte mais marcante para Darwin a de sua filha Annie, de 10 anos.
Morte
Charles Darwin morreu em 19 abril de 1882, provavelmente em decorrência de um ataque cardíaco. Apesar de suas ideias terem sido radicalmente criticadas pela Igreja, ele foi enterrado na abadia de Westminster, próximo a Isaac Newton.
A origem das espécies
Quando Darwin voltou para a Inglaterra após sua viagem a bordo do Beagle, ele havia compreendido que as espécies sofriam mudanças no decorrer do tempo. Entretanto não publicou de imediato suas percepções, principalmente por questões religiosas. A princípio, suas publicações eram voltadas para a fauna e flora dos locais que visitou durante a viagem.
Em 1958, Darwin recebeu uma carta de Alfred Russel Wallace, e percebeu que o naturalista havia chegado às mesmas conclusões que ele. Essa carta impulsionou-o a escrever sua obra o mais rápido possível. Entretanto, o lançamento do livro não ocorreu de imediato, e, com ajuda de Hooker e Lyell, dois pesquisadores e seus amigos, Darwin e Wallace apresentaram seus artigos no mesmo dia, evitando, assim, que este publicasse primeiro sua teoria.
A obra principal de Darwin, conhecida como A origem das espécies por meio da seleção natural, foi publicada um ano depois, em 1859. Mais tarde foi renomeada com seu título mais conhecido: A origem das espécies. O livro foi um sucesso de vendas, entretanto, a teoria não foi bem aceita, principalmente pelos religiosos.
Teoria da seleção natural
Em sua principal obra, Darwin propôs que a evolução ocorreria graças ao mecanismo conhecido como seleção natural. De acordo com essa teoria, os seres vivos, a todo tempo, estariam lutando para sobreviver no meio ambiente, e o meio seria responsável por selecionar aquele mais apto a sobreviver nele. Assim, o indivíduo que sobrevivesse e reproduzisse-se passaria suas características aos seus descendentes, e, com o tempo, as características vantajosas permaneceriam.
A figura anterior mostra um exemplo de como ocorre a seleção natural. Nele observamos uma raposa e vários roedores brancos e pretos. A princípio, os roedores brancos apresentam-se em maior quantidade do que os roedores pretos. No entanto, aqueles possuem uma desvantagem em relação a estes: são mais facilmente vistos. Isso faz com que a raposa capture mais indivíduos brancos do que pretos. Com o tempo, observamos uma situação diferente daquela observada no início, havendo agora uma maior quantidade de roedores pretos.
Nessa situação verificamos que os roedores brancos eram menos aptos a viver naquele ambiente, pois não apresentavam uma capacidade de camuflagem como a dos pretos. Estes, então, morriam mais tardiamente e eram capazes de reproduzir-se, passando suas características aos seus descendentes. Nesse exemplo, constata-se que o meio selecionou os roedores pretos.
A seleção natural proposta por Darwin forneceu-nos muitas informações importantes de como as espécies mudavam ao longo do tempo. Entretanto, Darwin não foi capaz de explicar como os caracteres eram herdados. Essas explicações só foram possíveis após o desenvolvimento da genética. Caso tenha maior curiosidade sobre o tema, leia nosso texto: O que é seleção natural?
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia
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